A prefeitura de Curitiba deu início ao Circuito de Corridas de Rua de 2013, que prevê quatro etapas com percursos de cinco e dez km. Na primeira, realizada no último domingo (19), com largada no 3 Marias Clube de Campo, 2600 atletas se inscreveram. O evento, promovido pela Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude (SMELJ), tinha início previsto para as 8h da manhã, porém começou com 10 minutos de atraso devido a problemas no percurso.
Participaram da primeira etapa atletas amadores e profissionais, divididos em 26 categorias. Cada categoria separava os competidores de acordo com a idade: os mais novos, de 15 a 19 anos; os mais velhos, a partir de 65 anos. A premiação contemplou os 10 primeiros lugares de cada faixa etária com medalhas. Os 3 melhores colocados subiram ao pódio e ganharam, além da medalha, um troféu. As inscrições eram gratuitas. Realizadas pela internet, davam direito a um kit, que contava com um número de peito (laranja para os 5 km e branco para os 10 km) e um chip descartável para cronometragem da performance.
Hilma Wielewski, 30 anos, participou da competição dos 10 km para mulheres e pretendia diminuir seu tempo de prova. “Meu ritmo aumentou em 8 segundos. Tenho conseguido melhorar assim, devagarinho. Foi uma vitória porque a prova tinha poucos trechos planos”, comenta.
Outro competidor, Guilherme Horst, é professor de Educação Física e desde 2011 participa das etapas da prefeitura. Para ele, a fria manhã de domingo — a temperatura era de 15˚C na hora da largada — não foi problema. “Prefiro correr no frio, o desgaste é menor”, comentou.
Competição é vista como treinamento
O coordenador de corridas da SMELJ, Luiz Otávio Batista, conta que a etapa é resultado de 1 mês e meio de esforços da Secretaria, com 35 funcionários envolvidos. Segundo ele, o trabalho não é devidamente valorizado pela população. “A prefeitura busca incentivar o esporte, oferecendo uma corrida de qualidade e sem custo. Justamente por ser gratuita, as pessoas não dão valor”, afirma.
Henrique Ártico, primeiro lugar geral da prova dos 5 km, no entanto, comenta que o Circuito já contou com 6 etapas, e chegou a reunir cerca de 4000 participantes. “A prefeitura começou a cobrar, o que causou a decadência no número de atletas. Agora está tentando resgatar essa participação, com a volta da inscrição gratuita”, explica. Para ele, é importante que o poder público promova esses eventos, já que muitos não podem pagar por uma inscrição. “Nas provas particulares, o valor pode chegar a R$100. Ainda há o gasto com material esportivo. Sem patrocínio, fica difícil”, conta. Em junho o atleta participará da meia maratona Flight of Fire, em Las Vegas (EUA). O Circuito da prefeitura, assim, é uma maneira de ganhar ritmo de competição. “Treino de 5 a 6 vezes por semana. Com essa prova, não fico parado no final de semana”, conclui.
Entre as mulheres, Cristiane Sadzinski, 30 anos, foi primeiro lugar no percurso dos 10 km. Atleta desde os 15 anos, ela acumula cerca de 110 troféus e chegou a treinar em São Paulo. “Aos 24 anos parei porque queria engravidar. Voltei faz 2 anos, e desde então treino de segunda a sábado”, diz. Ela utiliza as provas da prefeitura como treinamento, já que seu foco principal é o triathlon, modalidade que reúne corrida, pedalada e natação. Sadzinski, porém, reclama que não há separação dos atletas em pelotões. “Larguei lá do meio, isso poderia ter me prejudicado. Em outras provas, comprovando o seu tempo você fica no pelotão de elite e não corre esse risco”, critica.
O Circuito contará com mais 3 etapas. A segunda, prevista para o dia 30 de junho, terá largada no Centro Politécnico. As inscrições podem ser feitas gratuitamente, pela internet, entre os dias 16 e 23 do mesmo mês, depois de realizado cadastro na SMELJ.