A foto que motiva esta reportagem é de autoria desconhecida. O passeio brasileiro contra a Espanha em vitória por 4 a 2 parou o país, como é o hábito do futebol nas rodadas decisivas. Nas quartas, o 1 a 0 contra a França, a desconfiança era maior e a surpresa também foi. É impossível mensurar o tamanho do efeito pós-pandêmico no espectador do esporte nos bares e botecos, mas a procura ainda é alta, como é a paixão do brasileiro pelo torcer.
O vencer também tem muito papel nessa relação até tóxica com o esporte. O perder, porém, é visto de outra maneira nas Olimpíadas. O bronze e a prata são comemorados. Não tanto, mas são bem comemorados. A reportagem teve sorte, e acompanhou a medalha de ouro de Duda e Ana Patrícia no vôlei de praia, no Zezito’s, bar tradicional da região do Água Verde, em Curitiba (Dom Pedro I, 345).
O estabelecimento não mudou sua rotina pela disputa olímpica, atesta o garçom George Oliveira. Os donos Caroline Negrão (filha) e Juca (pai) colocam religiosamente, das 17h30 – quando abre – à meia noite – quando fecha – esporte de todos os tipos para passar nos telões. Até o hockey na grama, vencido pela Holanda nos pênaltis contra a Alemanha, movimentou a clientela, quando não estava passando futebol.
O Esporte Mais Popular Do Mundo, aliás, atraiu a torcida por lá. Oliveira comenta a surpresa da vitória contra a França e a descrença antes do jogo contra a Espanha. Até os funcionários que não tem gosto pelo esporte passam a admirar, tanto é a insistência em ter jogos passando a todo o momento.
O garçom fez até amizade por isso. Não acompanhava o tênis e passou a gostar quando, sem querer, parou para acompanhar o Aberto da Austrália. Nestas Olimpíadas, aproximou-se de grupo de torcedores assíduos do esporte que marcavam encontros no Zezito’s para acompanhar a pequena bola amarela, ou verde, depende do ponto de vista.
Todo esporte passa, mas a resposta é padrão: a torcida pelo Brasil é o que mais gera apelo entre os clientes. Bar, mesmo assim, estará fechado para a final feminina do futebol, neste sábado ao meio-dia (confira agenda completa ao final deste texto).
O Cartolas, na Emiliano Perneta 880, vai passar o embate entre Brasil e Estados Unidos. Simone Rodrigues, dona, diz que o público aumentou a cada vitória e que terá demanda fora do comum neste sábado. Um ponto difere. A expectativa é de que massiva maioria seja de mulheres, ao contrário dos 70% de homens, que é a rotina.
“Para a final a procura é imensa, imensa, imensa. Tivemos que reforçar a equipe, a cozinha. A procura é de 95% de mulheres para o jogo, o bar é esportivo, geralmente 70% do público masculino”
O futebol é carro chefe e Simone reconhece. Mesmo assim, o Cartolas teve bastante apelo para vibrar com Rebeca Andrade, Júlia Soares, Flávia Saraiva e Jade Barbosa na ginástica artística. O vôlei feminino também trouxe muita gente, apesar da queda inesperada nas semifinais. Decisão do bronze é neste sábado, confira:
Agenda olímpica brasileira deste sábado (10/08)
- Semifinais – pentatlo moderno feminino, esgrima (Isabela Abreu) – 5h10
- Semifinais – canoagem 1.500 metros feminino (Ana Paula Vergutz) – 5h50
- Semifinais – canoagem 1.200 metros feminino (Conceição do Nascimento) – 6h50
- Final – levantamento de peso feminino, 81kg (Laura Amaro) – 11h
- Final – futebol feminino (Brasil x Estados Unidos) – 12h
- Disputa de terceiro lugar – vôlei feminino (Brasil x Turquia) – 12h15
Agenda olímpica brasileira deste domingo (11/08)
- Cerimônia de encerramento – 16h