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dom 06 out 2024
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Do passinho ao soul: a cultura dos bailes black em Curitiba

Eventos valorizam a autoestima e celebram a negritude na capital paranaense

Roupas da moda, penteados elaborados e dezenas de pessoas dançando em sincronia marcam o cenário único dos bailes black. Esse movimento que teve início na cidade de São Paulo no começo dos anos 70, celebrava e exaltava a autoestima e a cultura da população afro-brasileira. Anos depois, o legado das festas paulistas seguem inspirando a cultura dos bailes e a reafirmação da identidade negra em Curitiba.

De acordo com dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 24% da população da capital paranaense se autodeclara negra. A história de resistência e ocupação dessa população, ainda esbarra na tentativa de apagamento de sua importância na construção da identidade e cultura da cidade.

Marco importante da história de Curitiba, a Sociedade 13 de Maio é um dos clubes negros mais antigos do Brasil. Fundada em 1888, o local reunia o povo negro oferecendo suporte no período pós-abolição, se tornando um local de resistência e apoio. A partir dos anos o clube também se transformou em espaço para eventos sociais e bailes, como o Um Baile Bom.

Para a produtora cultural e idealizadora do evento, Brenda Santos, a ancestralidade presente no clube torna o baile ainda mais potente. “Eu acredito na ancestralidade e na força da energia, na potência das pessoas pretas que estão lá. Isso reverberou junto aos ancestrais para que o baile tomasse corpo e força do jeito que ele tem”, explica.

Foto: Rafael Mediri

Pertencimento

O soul, funk, rap e o samba ditam o ritmo dos jovens que se reúnem com um objetivo em comum: se divertir. As diferenças e semelhanças dos indivíduos compõem uma cultura complexa, que busca através de suas raízes artísticas o pertencimento. Foi a partir da ideia de criar espaços exclusivos e acolhedores que surgiu a Charme CWB, baile charme organizado e destinado para pessoas pretas em Curitiba.

Para uma das organizadoras do baile, Jessica Amorim, o propósito é a união e a valorização de uma cultura sistematicamente apagada.

“Um dos objetivos é sermos lembrados pelo que realmente somos: artistas e criadores. Unir os nossos já é um ato revolucionário na cidade onde mais existe apagamento histórico da negritude”, afirma a organizadora.

Além de espaços de diversão e entretenimento, os bailes são a base de renda para muitas pessoas, mas as dificuldades de tirar uma festa do papel vão além das questões financeiras.“Para nós, é extremamente difícil conseguirmos um espaço em que não somos somente atração ou conveniente. Criar um local para que nossos negócios gerem uma renda e gire entre nossa comunidade é o nosso objetivo e quando se trata de alugar espaços que são geridos por pessoas brancas tudo fica ainda mais complicado e vai na contramão do que gostaríamos que fosse”, conta Jessica.

Pluralidade

Nascido e criado nos subúrbios cariocas, o funk tomou gosto dos brasileiros e se espalhou por todo o país. E se tem uma coisa que permanece viva na cultura dos bailes funks é a pluralidade de público e o poder agregador do ritmo. Idealizado em 2020, o Baile da Durag também mantém viva a cultura preta e do funk em Curitiba. Para Jorge Samuel Faria, idealizador do evento, o propósito do baile é valorizar o funk como patrimônio nacional. 

“A ideia do Baile da Durag é ser uma parada racializada, sem desconsiderar o contexto de Curitiba. Eu queria que fosse um baile, mas não um baile funk do Rio de Janeiro, de São Paulo ou do sul. Queria um baile que também viesse para propor um entendimento de funk enquanto cultura nacional de várias vertentes, e isso faz parte da curadoria. Todo o baile tem pelo menos 3 DJs de estados diferentes do Brasil”, explica o organizador.

Com o tempo inúmeros bailes blacks começaram a surgir e transformar a cena curitibana.

Samuel afirma que é importante observar e participar desse movimento plural na cidade, mesmo com todos os obstáculos.

“É gratificante ver pessoas negras administrando um negócio, contratando outras pessoas negras. Antes desses papos de representatividade, eu acho que fazer um evento negro, não é só tocar música de preto. É produzir um evento que tem uma atmosfera que os preto gostem de ficar e isso em Curitiba ainda é muito raro. Você entra numa padaria é desagradável, você entra num banco é desagradável. Quando somos donos do próprio negócio fica mais fácil e evitamos esse tipo de situação”, ressalta.

Foto: reprodução/ @bailedadurag

Afetividade

Somando um total de 50 edições, o Um Baile Bom é um dos bailes blacks mais conhecidos da capital paranaense. Apaixonada por black music, a produtora cultural Brenda Santos, viu em sua maternidade a necessidade de produzir eventos que começassem e terminassem cedo. Como já era ligada à Sociedade 13 de Maio, propôr novos eventos não foi uma tarefa difícil, logo o local tornou-se a casa oficial do Um Baile Bom.

“Eu entendo que esses espaços buscam criar novas memórias. Ter um local fortalecido, onde somos maioria, onde estamos à vontade em expressar quem somos, da forma como somos e botar nosso corpo para jogo. Mas principalmente, ter  um espaço de respiro, de paz e de festa. O povo africano tem festas como rito, inclusive para alguns povos, quando a gente dança, estamos dançando literalmente com nossos ancestrais,” ressalta a organizadora.

Além de um espaço de entretenimento e uma rede econômica, para Brenda os bailes também são espaços de afetividade. “Hoje, o principal propósito do baile é criar um espaço seguro de sociabilidade e de criação de memórias afetivas para a população negra de Curitiba e região metropolitana através da música. Como tecnologia ancestral, o corpo registra a memória musical e cria uma memória de futuro. No futuro, a gente consegue se conectar ao passado.O principal propósito dele é continuar sendo mágico e dentro disso está toda a questão social, política e racial. Mas antes de tudo é um espaço que pertence à memória e à coletividade”, afirma a idealizadora.

Uma das frequentadoras dos bailes blacks em Curitiba, Ana Ceccon encontrou nos eventos uma rede de apoio. “Um dos pontos importantes para mim dos bailes é se sentir confortável em um lugar onde você é o denominador comum, não é a cota. Muitas coisas que te atravessam aquelas pessoas têm vivências semelhantes às suas. É uma sensação de sentir que você pertence a uma coisa muito maior. Apesar de tudo que a gente passa, conseguimos celebrar juntos. Eu sinto uma potência muito grande, a gente está aqui, existindo e resistindo. Essa cultura inteira é nossa e a gente precisa ocupar. E olha que bom a gente conseguir estar num espaço seguro”, finaliza a jovem.

Editado por Jessica de Holanda.

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