Homens Pink estreia hoje (02) no Festival de Curitiba e terá sessões nos dias 2 e 3 de abril às 18:30, no Teatro Zé Maria – São Francisco. Em coletiva realizada para divulgar o espetáculo, o diretor e performista da peça, Renato Turnes, e a assistente de criação Karin Serafin compartilharam os bastidores do projeto, que nasceu com um documentário e se transformou em uma performance cênica potente. A peça, da Companhia La Vaca vinda de Florianópolis, reúne histórias reais de homens gays idosos, destacando não o sofrimento, mas a resistência e a alegria de quem viveu décadas de lutas e transformações.
“O projeto surgiu da vontade de tratar da memória da comunidade LGBT+ brasileira a partir de um recorte específico: o encontro com homens gays mais velhos, muitos deles já fora do armário desde os anos 60”, explicou Renato. Diferente de narrativas que focam na dor, Homens Pink celebra a vida. “Eles estão envelhecendo porque sobreviveram. Porque viveram”, afirmou.
A construção do espetáculo partiu de entrevistas com nove homens, cujos depoimentos foram filmados, publicados como documentário, e depois adaptados para o teatro. “Não foi um casting tradicional. Eles me escolheram. A peça tem pontos que não tem no documentários, pontos que convergem e histórias novas”, contou Renato. Um dos entrevistados, por exemplo, é sobrevivente do HIV há mais de 40 anos e relata as transformações no tratamento da doença. Outro, que teve uma infância difícil, foi acolhido por uma travesti e reconstruiu sua vida com humor e resiliência. No palco, Renato também realiza a performance dos relatos. “Ele conta sua história de forma hilária, mesmo quando fala de coisas duras. É essa mistura que a peça traz: drama, festa, sexo, loucura”, disse o diretor.
Com estreia de 2022, Homens Pink mistura linguagens do cinema e do teatro, usando acervos pessoais, fotos e vídeos para criar um espetáculo que é, acima de tudo, um ato de resistência. O documentário é gratuito e está disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=2puH6c8_ePA