sex 19 abr 2024
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Jovens e artistas se unem para discutir cultura

Um bate-papo de cerca de uma hora e meia com o humorista Danilo Gentili e o ator curitibano Guilherme Weber marcou a noite de domingo (12) de vários jovens que foram à segunda edição do Sesi Zoom Cultural. O evento, promovido pela Coordenação de Cultura do Sesi em parceria com o Sistema Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), tem como finalidade motivar a discussão de temas culturais e incentivar o envolvimento dos jovens com a arte. O moderador do debate foi o jornalista Omar Godoy e, ao final da noite, o público foi contemplado com 30 minutos de show de stand-up de Rogério Morgado e com a apresentação de algumas piadas de Gentili.
No começo, a partir de perguntas do próprio mediador, foram abordados temas que variavam desde aspectos da vida dos convidados, até a posição deles sobre assuntos como polí­tica, censura aos meios de comunicação e popularização do stand-up como gênero teatral. Mas a grande protagonista da noite foi a internet. O assunto rendeu muitas perguntas da plateia, que estava interessada em saber sobre o uso indiscriminado das redes sociais e qual a opinião dos convidados com relação à facilidade que os jovens têm para se comunicar via web.
Para o humorista Danilo Gentili, os outros meios de comunicação ainda não entenderam o poder da internet. “É a busca pelos seus interesses, bem diferente da televisão e do jornal impresso, que você só sabe o que eles querem que você saiba, além do que a internet possibilita a liberdade de expressão, a opinião de qualquer um, independente de qual seja essa opinião”, diz.
“Hoje em dia é muito mais interessante conversar com um jovem do que há 15 anos”. Essa é a opinião do ator Guilherme Weber, que ainda critica a ideia de que os jovens de hoje são menos politizados do que os das décadas passadas. “Hoje você consegue conversar mais profundamente sobre polí­tica com os jovens, a internet possibilitou isso”, reflete Weber.

A reação do público

Não foi apenas como tema de discussão que a internet marcou presença. Durante o evento, dois telões exibiam frases instantâneas relacionadas ao Sesi Zoom Cultural, que eram postadas no Twitter pela própria plateia. “Na primeira vez que eu vim não tinha”, conta o estudante Gabriel Gomes, que não gostou da novidade. “Eu acho que eles não deveriam colocar os telões nas próximas edições, tira a nossa atenção, atrapalha os convidados, e quando postam alguma coisa engraçada todo mundo ri, é muita falta de respeito”, avalia o estudante.
Mas essa não foi a única reclamação. Apesar de ter apreciado a discussão, a estudante Christiane Schramm faz uma crí­tica ao atraso de 30 minutos: “Demorou muito pra começar, ficamos muito tempo na fila e depois esperamos mais ainda lá dentro”.
Mesmo com as crí­ticas negativas, a opinião da maioria é a mesma. “É legal um evento desse tipo porque a gente pode discutir algo que no dia-a-dia, geralmente, a gente não comenta”, afirma a estudante de administração Vanessa da Silva. Ela completa: “Mas, principalmente, estou aqui pra ver gente interessante e famosa por um preço barato”.

Fica a dica

Para Danilo Gentili, um formato interessante para os próximos encontros seria o de debate de personalidades com opiniões contrárias. “Tinha que jogar um tema, uma pessoa que defende um lado e uma outra que pensasse diferente e o jovem pra dialogar. Isso pode enriquecer bem mais”, pondera o humorista.
Já Guilherme Weber sugere alguns nomes a serem convidados: “Tinha que falar de moda também, dança, pessoas que tem um pensamento inovador como o estilista Alexandre Herchcovitch e a coreógrafa Deborah Colker”.

O futuro do evento

O produtor do evento, Rogério Pereira, explica que o Sesi Zoom Cultural é voltado para um público jovem, da faixa etária de 12 a 35 anos, mas que a produção vem se surpreendendo com a plateia. “É um público bem eclético e amplo. A grande maioria são jovens, e essa era a intenção, mas vem gente de todas as idades, e isso é muito interessante, saber que as pessoas estão motivadas pelo assunto”.
Para ele, a proposta parece estar dando certo. “A ideia é que o jovem que vem nessa discussão saia de alguma maneira transformado, mais próximo das questões culturais do paí­s e com um senso crí­tico em relação à natureza que vive, e eu acho que aos poucos a gente vai conquistar isso”.
Segundo Pereira, o futuro ainda é incerto. “Esses são apenas projetos pilotos, que servem pra gente avaliar se existe realmente um público interessado, a ideia só estará estabilizada ano que vem”, destaca. Mas se for dada continuidade ao projeto, já existem alguns planos. “Os nomes com apelo midiático servem na divulgação do evento. Quando estiver tudo certo, nós poderemos chamar pessoas, talvez desconhecidas, mas que têm alguma informação de destaque para oferecer ao público”, conclui.

O evento promove o debate entre quem vive de cultura e quem se interessa por ela
Mauro Frasson
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