Por Ana Beatriz Rocha
A Bienal do Livro do Paraná, que seria realizada em Curitiba entre setembro e outubro de 2025, acabou arquivada antes mesmo de sair do papel por dificuldades de produção e captação de recursos. O evento prometia reunir autores, editoras e leitores, mas acabou se tornando mais um símbolo dos desafios enfrentados pelo setor literário. Diante disso, o Jornal Comunicação decidiu ampliar a discussão em uma série de reportagens especiais que percorre diferentes aspectos do universo da leitura. O episódio de estreia, “A Bienal do Livro Paraná que não aconteceu”, apresenta as complicações que levaram ao adiamento do evento e o impacto para o mercado local. Em seguida, a narrativa mergulha nas transformações do mercado editorial brasileiro, onde o aumento dos preços e a concorrência de grandes e-commerces colocam em risco livrarias independentes e a diversidade de obras disponíveis.
A série também discute o papel da leitura nas escolas públicas do Paraná, especialmente diante da expansão de plataformas digitais como o programa Leia Paraná, questionando se o estímulo à leitura pode ser reduzido à adoção de tecnologias. Depois, o foco se volta à tradição poética curitibana, com um olhar sobre o Haicai — forma breve e sensível que, de Helena Kolody a Paulo Leminski, ajudou a moldar a identidade literária da cidade. Encerrando o especial, o tom muda: o episódio final leva o ouvinte ao universo do DJANHO!, mostra Internacional e Interbairros de Cinema Fantástico de Curitiba, e reflete sobre como o fascínio pelo terror e pelo horror, nascido de clássicos literários como Drácula e Frankenstein, se renova nas telas e nas produções contemporâneas da capital.
Mesmo sem o grande evento que marcaria o calendário literário do estado, o Jornal Comunicação mantém vivo o diálogo sobre cultura, leitura e criação artística. Todos os episódios estão disponíveis no Spotify como um convite para mergulhar nas histórias, vozes e debates que mostram que a literatura (e o que nasce dela) continua pulsando em Curitiba.