O 11º Empório Gastronômico foi o marco da reabertura da Praça da Espanha. Depois de oito meses cercada por tapumes, a praça recebeu, no feriado de 1º de maio, atividades que envolviam arte, música e gastronomia. A feira se estendeu até o dia 3 de maio e bateu o recorde ao atrair cerca de 25 mil pessoas.
Vinte e dois estabelecimentos participaram com stands divididos entre pratos para degustação, sanduíches e sobremesas. Para a estudante de economia Maria Augusta Peixoto, o que mais chamou atenção foi o espaço feito pela cerveja Sol. “Tinha uns sofazinhos, era todo iluminado. Como ficava em cima do Centro Miguel de Cervantes, dava pra ver toda a praça”, conta. Além disso, nos três dias de feira, quatro atrações musicais animaram o evento.
O sucesso do evento resultou no apoio da Fundação Cultural de Curitiba à Associação de Comerciantes da Praça da Espanha (ASCORES). Essa parceria validou a praça como destino turístico e cultural da cidade. “O objetivo é tirar o curitibano dos shoppings e trazê-lo para um passeio a céu aberto”, diz Gustavo Costa, diretor de marketing da associação e proprietário do Bar da Devassa, que fica na praça. O próximo Empório Gastronômico já tem data para acontecer. Nos dias 20 e 21 de junho, a feira atua em conjunto ao El Día E, que comemora a cultura e a culinária espanhola.
O atraso nas obras
A sugestão de revitalização da praça foi proposta pela Associação de Comerciantes da Praça da Espanha à Prefeitura de Curitiba há mais de cinco anos. A proposta foi vista com bons olhos e colocada na pauta pública, utilizando uma parcela da verba do Ministério do Turismo prevista para as obras da Copa do Mundo.
A princípio, a praça ficaria fechada por noventa dias, determinados pela Prefeitura. Costa acredita que o atraso derivou da incompetência do poder público na administração de obras e a falta do repasse da verba. “O empreiteiro não recebia para continuar a obra e, como consequência, a praça não reabria”, conta o empresário.
Por ficar completamente envolto por tapumes, o local deixou de ser frequentado e prejudicou o movimento e os comércios na região. “Desde estacionamento de carros à própria atmosfera escura, as pessoas tinham medo de parar na rua. Não atraía mais o público. Foi bem desagradável”, lembra a empresária Christhiane Mansur, que teve que fechar as portas de seu estabelecimento devido à queda da clientela durante a revitalização. “A demora gerou a impressão de que não existia nem sinal de reabertura prévia. Foram alterando a data. Foi péssimo”, conta. Segundo o diretor de marketing da ASCORES, dez restaurantes da região fecharam durante os meses de reforma.
O principal objetivo dos comerciantes que permaneceram na região da praça é superar a crise gerada nos últimos meses. Gustavo Costa diz que a expectativa é que volte melhor do que era antes. “Nós imaginamos que foram dois passos para trás e quatro para frente”.