qua 19 mar 2025
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Profissionais mudam de ramo para buscar satisfação no trabalho

Isabela Guerra, psicóloga e consultora em Desenvolvimento de Talentos, Coaching e Transição de Carreira

O número de profissionais descontentes com suas profissões só aumentou nos últimos anos. Em uma pesquisa feita na Universidade de Ball State, nos Estados Unidos, 31% dos jornalistas com menos de 34 anos estão decididos a deixar a profissão e 43,5% pensa nessa possibilidade. Como razão da insatisfação, eles citam os baixos salários, a longa jornada de trabalho e o estresse. Estes 31% representam uma parcela crescente da população que resolve arriscar e mudar de ramo.

Andressa Filipo foi farmacêutica durante 14 anos em uma empresa de cosméticos e, durante esse tempo, deixou de lado o sonho de trabalhar com artesanato. O salário fixo, segundo Andressa, serviu para que ela se acomodasse no emprego. A decisão de abandonar a empresa foi difícil e demorada, mas agora com seu próprio negócio e trabalhando com o que gosta, ela não se arrepende. “Antes de decidir sair do meu emprego eu estava muito insegura e demorei bastante. Mas hoje estou contente”, relata.

Gerente de uma empresa de comércio exterior, Mariana Leite também resolveu superar o medo e deixar o emprego. Com o apoio da irmã, ela realizou o sonho de abrir o próprio negócio. “Tudo aconteceu no momento certo. Nenhum emprego é certo para o resto da vida”, diz. Mesmo com o começo difícil e com uma condição financeira instável, Mariana hoje se diz contente por ter investido no projeto, que sempre foi um desejo.

Orientação profissional

Hoje, existem empresas que trabalham com transição de carreira e redirecionamento profissional de pessoas insatisfeitas com o emprego ou profissão. A psicóloga e consultora em Desenvolvimento de Talentos, Coaching e Transição de Carreira, Isabela Guerra, explica que o objetivo é acompanhar profissionais de perto, entender o motivo das insatisfações e orientá-los. ”Escolhas mal feitas, tomadas a partir de motivadores errados ou da influência de terceiros são as grandes causas das frustrações com a profissão”, explica.

Segundo o psicólogo Carlos Esteves, a ausência de fatores desafiadores no trabalho está totalmente ligada à falta de satisfação e de realização do profissional. “Quando o trabalhador não se sente bem com a atividade, ele corre o risco de até mesmo comprometer seu desempenho”, explica. O psicólogo também adverte que é preciso entender exatamente qual é a causa da insatisfação. Para ele, muitas vezes o clima da organização é o problema, e não a profissão. Nesse caso, basta mudar de ambiente.

Mudar até quando tudo vai bem

Mesmo satisfeitas, algumas pessoas afirmam que sentem necessidade de mudança. É o caso do publicitário e estudante de enfermagem Daniel Planelles Gil, que mesmo gostando de trabalhar na área de publicidade, se interessou por outra carreira e hoje tenta aliar os dois trabalhos. “Eu sentia necessidade de mudar, mesmo gostando de publicidade. Foi quando eu descobri a enfermagem”, explica o estudante.

E não é só no começo da carreira que as mudanças são possíveis. “Sempre é tempo. A pessoa pode planejar a carreira ou mudá-la em qualquer fase da vida”, encoraja a psicóloga e consultora Isabela Guerra.

 

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