Nesta segunda-feira (05), haverá votação na Assembleia Legislativa para decidir o futuro do projeto de lei de autoria do deputado Caíto Quintana (PMDB), que prevê a proibição do uso das sacolas plásticas em todo o Paraná. O projeto foi vetado pelo governador Beto Richa (PSBD) no final de janeiro deste ano. Na avaliação de Richa, a decisão ocasionaria aumento de preços ao consumidor e a falsa ideia de que sacolas alternativas não causam nenhum dano ao meio ambiente. Para que o veto seja derrubado, o projeto precisa ter a aprovação de pelo menos 28 deputados.
Curitiba é uma das capitais brasileiras que ainda não tem legislação aprovada sobre a restrição do uso de sacolas plásticas. Em 2011, o projeto de lei de autoria do deputado Stephanes Junior (PMDB), que previa a substituição obrigatória das sacolas convencionais por ecológicas no estado, foi arquivado.
Segundo Stephanes, no projeto de lei apresentado este ano, há a definição da sacola de papel como substituta da plástica. Ele diz que é preciso acabar com o uso das sacolas convencionais. “O plástico pode levar mais de cem anos para se decompor. Já as sacolas de papel, de três a quatro meses. Não há mais sentido em utilizar as convencionais”, completa.
Melhor para o meio ambiente?
De acordo com a química e professora do curso de Engenharia Ambiental da UFPR, Ana Flávia Godoi, é preciso pensar além da proibição do uso de sacolas plásticas e focar na substituição. “Se eu parar de usar sacolas plásticas e não utilizar na minha casa um saco de lixo biodegradável, ou não encontrar uma solução alternativa, o dano ao meio ambiente continua o mesmo”, afirma.
Ao mesmo tempo, ela defende que a própria questão do biodegradável é complicada. Muitas vezes, os plásticos ditos oxidegradáveis recebem aditivos químicos desconhecidos para acelerar o processo de degradação, o que também prejudica o meio ambiente. “Nós não sabemos se estamos solucionando o problema ou criando outro”, diz. A professora enfatiza que a questão não é só ambiental, mas também social. “Estamos longe de encontrar uma solução ideal. A situação é complexa”, completa.