qui 28 mar 2024
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Servidores e técnicos federais entram em greve nesta segunda-feira

Servidores e técnicos pretendem parar as atividades por tempo indeterminado | Foto: Divulgação

Técnicos e servidores das instituições federais têm intenção de aprovar a greve anunciada desde a primeira semana de março pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Estado do Paraná (Sinditest). A greve é de cunho nacional e tem apoio de outros órgãos sindicais, como a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Federais (Fasubra), a aprovação do Congresso Nacional da Confederação de Sindicatos dos Servidores Públicos (Condsef) e deve lutar pela melhoria dos salários dos trabalhadores, que ganham a menor remuneração do poder executivo. Nesta segunda-feira (17), os servidores irão fazer uma assembleia para anunciar a decisão da greve.

Segundo o diretor do Sinditest, Márcio Palmares, toda a movimentação dentro da categoria indica greve, já que ainda não houve nenhuma proposta salarial por parte do Ministério da Educação (MEC) ou do Ministério do Planejamento. “A Fasubra se reuniu com o MEC e o Ministério do Planejamento, mas não foi feita nenhuma proposta concreta, só promessas”, declarou.

Entre as principais reivindicações estão o aumento do piso salarial para três salários mínimos e antecipação da parcela de 5% do aumento prometido na greve de 2012. Além disso, a categoria luta pelo fim das privatizações e pela construção e reestruturação das creches dentro das universidades, para que os funcionários tenham onde deixar seus filhos. A reivindicação de antecipação do aumento, segundo Palmares, é para suprir a perda de poder aquisitivo que ocorreu por conta do aumento da inflação e que ainda não foi corrigida. Ainda de acordo com o diretor do Sinditest, os salários reduzidos levam à saída de funcionários concursados e redução no quadro de profissionais. “O salário daqui causa pouca adesão. As pessoas entram por concurso público e logo saem em busca de remuneração melhor”, diz.

Servidores e técnicos encaram a greve como positiva para a categoria e consideram o momento importante para fazer as reivindicações, já que neste ano ocorre a Copa do Mundo e a eleição para a presidência da república. João Matias Medeiros, servidor da UFPR, acha a greve necessária. “O governo ainda não atendeu de forma adequada o que foi pedido na greve de 2012 e, além disso, tem a reposição dos impostos, que é nosso direito”, conta. Mas, para Palmares, é coincidência que a greve ocorra justamente em ano de eleições e Copa do Mundo. “É um período que pressiona mais o governo, em que movimentos sociais estão em voga, mas não é essa a intenção”, afirma.

O diretor ainda diz que os sindicatos estão otimistas com relação ao atendimento das propostas por parte do governo federal depois do início da greve, tendo em vista que outros movimentos sociais foram bem sucedidos, mas que se isso não ocorrer pelo menos metade dos técnicos e servidores – o que corresponde a cinco mil pessoas – devem cruzar os braços por tempo indeterminado. “Há uma tendência de aumento na adesão conforme a greve se estende, mas esta é uma estimativa pequena, para a primeira semana”, revela.

 

Consequências 

Em caso de deflagração da greve, as rotinas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar), Hospital de Clínicas (HC), Instituto Federal do Paraná (IFPR) e Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) devem ser alteradas. Na prática, coordenações de cursos e departamentos, além do sistema informatizado da UFPR (CCE), a Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) e serviços como o ônibus Intercampi e o Restaurante Universitário (RU) vão parar de funcionar. No HC o atendimento será reduzido para 30%, apenas para urgências e emergências.

De acordo com o membro do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Francisco Vitelli, o Diretório apoia a greve, mas ainda não tem nenhuma ação de apoio aos técnicos e servidores programada.

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