qui 25 abr 2024
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Supermercados investem no meio ambiente

Em junho de 2007, foi aprovado um projeto de lei que obriga os supermercados do Paraná a reduzir o impacto causado pelas sacolas plásticas no meio ambiente. De acordo com a nova lei, os mercados teriam até Novembro para colocar a medida em prática. Quase um ano após o prazo final, o Comunicação volta a falar no assunto, e procura saber quais as mudanças que realmente aconteceram nesse perí­odo e qual a reação dos consumidores em relação às inovações.

Idéias pela natureza

A rede de supermercados Wal Mart realizou três projetos-piloto entre 2007 e 2008. O terceiro deles, promovido em Curitiba, resultou no desenvolvimento de uma sacola retornável de algodão. Os projetos levavam em conta fatores como o comportamento do consumidor, impacto no meio ambiente, operação na loja, viabilidade econômica e praticidade. De acordo com o resultado, as sacolas de algodão apresentaram melhor aceitação dos clientes, principalmente nos quesitos resistência, tamanho e formato para carregar as compras.

A cliente do supermercado Mercadorama, que faz parte da rede Wal Mart, Maria do Socorro, confirma a aceitação. “Assim que eles lançaram as sacolas de algodão, comprei a minha. Acho a idéia ótima, só assim não preciso ficar juntado as sacolas de plástico das compras”, conta Socorro.

Essas sacolas suportam até 35kg e medem aproximadamente 50 centí­metros de largura por 50 cm de altura. Vendidas a R$ 2,00, essas sacolas serão distribuí­das nos próximos meses entre as outras lojas da rede na região Sul e, em seguida, nas unidades do Nordeste e demais estados do Sudeste. Atualmente, elas só estão disponí­veis nas lojas do Paraná, São Paulo e Porto Alegre, de acordo com assessoria do grupo.

As sacolas de algodão também caí­ram no gosto de outros supermercados. O grupo Pão de Açúcar, que engloba os mercados Pão de Açúcar, CompreBem, Sendas, Extra e Extra-Eletro, utiliza as sacolas retornáveis há três anos. Em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, o grupo produziu quatro modelos de sacolas colecionáveis que trazem estampas de animais em extinção. “Buscamos antecipar as necessidades dos nossos consumidores, cada vez mais antenados às necessidades e tendências para preservação do planeta, trazendo soluções para minimizar os impactos do consumo”, declara o diretor de Relações Corporativas do Grupo Pão de Açúcar, Paulo Pompilio.

Mais de 200.000 unidades de sacolas retornáveis já foram vendidas. Parte da renda é revertida para os projetos ambientais da Fundação. Porém, a iniciativa não agrada a todos os consumidores. “Não gosto das sacolas de algodão. Elas são muito pequenas, e minhas compras não cabem dentro delas”, confessa a dona de casa, Julia Oliveira, e completa, “Além disso, prefiro as plásticas porque as utilizo para armazenar o meu lixo”.

O uso de sacolas de algodão começou na Inglaterra com a campanha “Eu Não Sou de Plástico”, na qual as bolsas são projetadas por estilistas.

Outras alternativas

Além das sacolas de algodão, os supermercados disponibilizam outras alternativas para os clientes que não aprovam as sacolas retornáveis, como a dona de casa Julia Oliveira. O grupo Pão de Açúcar continua oferecendo as sacolas plásticas, mas com uma diferença: o plástico utilizado para a confecção dessas sacolas é retrocessado, o que possibilita uma economia de 30% de resina virgem derivada do petróleo. Em um ano, a rede economizou em petróleo o equivalente a 1,2 milhão de litros de gasolina.

Os supermercados Condor e Muffato apostaram nas sacolas oxi-biodegradáveis. Esses plásticos, em perí­odo aproximado de 18 meses após o seu descarte, desaparecem na natureza, graças ao contato com a luz, umidade e calor. Porém, a eficácia desse plástico ainda não é totalmente comprovada.

O supermercado Festval, além das sacolas oxi-biodegradáveis, investe na campanha Caixa Ecológico, que incentiva a reciclagem pré-consumo. A idéia é que os clientes deixem na loja os invólucros e levem para casa apenas o produto. Por exemplo, ao invés de levar a pasta de dente na embalagem, o consumidor deixa no supermercado a caixa de papelão e leva apenas o creme dental.

O grupo Pão de Açúcar também investe numa campanha com o mesmo propósito. A Caixa Verde, que estimula os clientes a descartarem as embalagens na loja. O consumidor Antônio Alvez aprova a idéia, mas ainda não faz uso dela. “Na verdade, acho trabalhoso tirar a embalagem no supermercado. Prefiro fazer isso em casa”, confessa.

Outro projeto do grupo é o Estações de Reciclagem Pão de Açúcar Unilever. Lançado em 2001, o projeto já arrecadou cerca de 30 mil toneladas de plásticos, papéis, metais, alumí­nios e vidros que foram encaminhados para cooperativas de catadores cadastradas para reciclagem. Em 51 destes postos também é possí­vel descartar óleo de cozinha usado, que é encaminhado para produção de bicombustí­vel. As sacolas plásticas da rede ainda trazem informações sobre o processo de separação do material.

Mas, entre os consumidores, ainda existe resistência às novidades ecológicas. O estudante Mário Andrade confessa que não é adepto das iniciativas dos supermercados. “Acho excelente as inovações dos mercados. Mas, confesso que continuo usando as sacolas plásticas convencionais” conta Andrade. E quando perguntado sobre a reciclagem, ele completa. “Sei que deveria fazer minha parte e reciclar mais o meu lixo. Mas faço isso muito pouco”.

Mais do que alternativas ecológicas, as sacolas de pano viraram moda
ipaz
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