
Criado em 2009 nos Estados Unidos, o Uber conecta motoristas particulares a seus passageiros através do aplicativo. Em maio do ano passado, o Uber chegou ao Brasil. Sua entrada foi polêmica nos outros 38 países em que está presente, e em Belo Horizonte, Brasília, Maceió, Rio de Janeiro e São Paulo não foi diferente.
O Uber vai contra o Artigo 135 do Código Nacional de Trânsito que afirma que qualquer meio de transporte individual ou coletivo de passageiros precisa de autorização estatal para funcionar. Houveram diversas manifestações contra a liberação do aplicativo no país, que chegou a ser proibido pela Câmara de São Paulo, mas pouco tempo depois a Justiça de da cidade derrubou a limiar de proibição.
Marlon Kreusch, representante do Sindicato dos Taxista do Paraná em São José dos Pinhais, afirma que o Uber gera uma concorrência injusta com os táxis. “Não tem como concorrer, eles não tem que pagar nada pra atuar”, conta o taxista, que está na profissão há 8 anos. Já para Davi Pereira Sanchez, usuário do Uber, não há muita diferença entre os serviços: “O Uber funciona da mesma forma que os aplicativos de táxi”, afirma o fotógrafo. “A grande diferença está nos veículos usados, pois o Uber faz exigências específicas quanto a isso”.
Para a advogada Simone dos Santos Constantino a solução para o descontentamento é a regulamentação do aplicativo. “O melhor seria a criação de uma categoria diferente da do taxista”, afirma Simone. “Se tratarmos o serviço do Uber, que é diferente do serviço dos taxista, com a mesma regulamentação dos táxis estaremos tratando coisas diferentes de forma igual”.
A advogada Rafaela Cristina Oliari explica a situação atual dos serviços de transporte urbano perante a lei: “Existe uma lei federal e os municípios fazem sua regulamentação própria, no nosso caso esse serviço cabe à URBS”. A advogada ainda fala sobre sua experiência pessoal com o aplicativo. “No Uber o serviço é mais homogêneo, os motoristas seguem o mesmo padrão, já os taxistas são bastante diferentes entre si”, comenta Rafaela.
O Uber usa como contraponto a geração de novos empregos. Segundo a empresa, estima-se que até o fim 2016 o aplicativo vai gerar 30 mil novos empregos no país, além dos 30 mil profissionais já credenciados. Os representantes do aplicativo afirmam que precisa ser feita uma regulamentação baseada na tecnologia, pois o Uber é uma tecnologia de conexão entre passageiro e motorista.
Em Curitiba
O aplicativo Uber ainda não está disponível em Curitiba, mas já rende muita discussão na capital. No dia 28 de agosto, taxistas se reuniram nas proximidades da Câmara Municipal para protestar contra o uso do Uber, e foi feita uma Audiência Pública pra debater sobre o aplicativo.
Enquanto muitos taxistas são contra a liberação de uso do aplicativo Uber, taxistas de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, fizeram uma manifestação pela aprovação do uso dos demais aplicativos para a chamada de táxi. Antes da votação do projeto de lei que aprova o uso de plataformas digitais, realizada em setembro , só era possível pedir um táxi por telefone. Na Assembléia, 95 taxistas votaram pela liberação e apenas dois foram contrários. Pelos aplicativos, além de chamar um táxi, o passageiro consegue acompanhar em tempo real onde está o veículo e pagar diretamente pela plataforma.
