Uma pesquisa divulgada este ano pela Akamai, uma empresa norte-americana especializada em infraestrutura de rede para telecomunicações, revela que, de 50 países analisados, o Brasil se encontra em 40° lugar em velocidade média de internet.
Encabeçando a lista está a Coreia do Sul, com uma velocidade média de conexão de 14,2Mbps (megabits por segundo); seguida pelo Japão, com 10,7Mbps. No Brasil, a média foi de 2,1Mbps.
As principais razões da velocidade da internet no Brasil ser inferior a de outros países são a extensão do território nacional e o alto valor cobrado pelas empresas, que desestimula o consumidor de contratar o serviço. Fora isso, para muitas operadoras é economicamente inviável levar a tecnologia para algumas regiões do país.
“Falta infraestrutura, que é uma ação que depende tanto do governo quanto das companhias privadas que implementam o sistema”, comenta o professor de ciências da computação da UFPR, Eduardo Todt. Além disso, a população ainda sofre com a falta de informação em relação à qualidade de sua internet. “O usuário não cobra das empresas atitudes que seriam esperadas de cobrar”, diz Todt.
Como estamos
A transmissão da internet na maior parte do país se dá por meio de fibra óptica. Carlos Pedroso, professor de engenharia elétrica na Universidade Federal do Paraná, explica que houve avanços nessa área. “Onde antigamente cada fibra óptica era utilizada para uma transmissão de 1Gb, hoje está se usando para dez, vinte transmissões, simultaneamente, de 10Gb, 16Gb”, aponta.
Pedroso explica que uma das causas para preço elevado da internet em nosso país é a baixa quantidade de empresas que oferecem o serviço. Há uma falta de competitividade, algo bem diferente do que se vê em outros países. Os custos ao consumidor aumentam ainda mais por conta da necessidade de importação de tecnologia e equipamentos por parte das operadoras, que precisam renovar seu aparato tecnológico periodicamente.
Para tentar mudar esse cenário, o governo federal possui uma iniciativa para levar a internet para regiões mais afastadas: o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL). Criada em maio de 2010, a iniciativa tem como objetivo expandir a cobertura da internet de alta velocidade, aumentando a rede de fibra óptica e elevando a taxa de transmissão de dados, além de reduzir os preços cobrados. A estimativa é de que até 2014, 40 milhões de domicílios terão acesso à internet com velocidade mínima de 1Mbps.
Implantação do 4G
Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Salvador e Rio de Janeiro serão as primeiras capitais brasileiras a contar com as redes móveis de quarta geração. “O 4G teoricamente poderia ter uma velocidade de 100Mbps”, afirma Todt. Mas na prática não é bem assim. Enquanto o 3G possui uma taxa de transmissão de 2Mbps, em média, a tecnologia 4G fica em torno de 20Mbps.
Dentro as vantagens do 4G estão as facilidades no carregamento e envio de dados. “A quarta geração acabou incorporando diversos avanços tecnológicos. Você vai ter sistemas mais eficientes que permitem a transmissão de dados em taxas bem maiores”, diz Pedroso.