A Presidenta Dilma Roussef anunciou que serão feitos investimentos no transporte público de Curitiba, por meio de empréstimos ao Governo do Paraná e a Prefeitura de Curitiba, na soma de R$ 5 bilhões de reais. Os recursos serão direcionados para a construção do metrô, ampliação da linha verde, novas canaletas e faixas exclusivas para o Inter 2, além da construção de corredores e mais 20 quilômetros para os biarticulados, na Região Metropolitana de Curitiba.
Segundo a presidente Dilma, o objetivo da realização dos projetos é transformar a capital do Paraná em uma cidade multimodal. Mesmo com as boas notícias o professor da Universidade Federal do Paraná e especialista em transportes, Eduardo Ratton chama atenção para os altos custos de manutenção desta estrutura. “Quanto mais constrói, mais cresce também a responsabilidade de manter. Em dez anos será preciso gastar mais dinheiro”, explica.
O professor ainda fala da situação do metrô curitibano. Para ele o projeto é um bom auxílio ao sistema de transporte, mas não deve ser solução única. Além disso, é preciso pensar em soluções rápidas enquanto a obra não fica pronta, o que demorará entre 5 ou 6 anos no mínimo.
O presidente da Associação dos Usuários do Transporte Coletivo de Curitiba (Autraco), Luiz Antunes Rodrigues, concorda com o professor Ratton. Para ele o metrô é ainda um sonho, pois demora a ser implantado e há problemas com os projetos dos outros modais. “O poder público acha que é uma grande sacada criar canaletas exclusivas para o Inter 2. Seria uma solução se o controle dos semáforos fosse uma hipótese possível de transformar-se numa realidade”, afirma. Rodrigues explica que a sinalização horizontal, vertical e luminosa deveria criar uma preferência de circulação para os coletivos nos cruzamentos, para que a canaleta exclusiva funcionasse. Entretanto, ainda não existe tecnologia que estabeleça esse sistema sem ocasionar transtornos para a engenharia de trânsito.
Além destes problemas, o presidente da Autraco salienta que as construções são de longo prazo para mandatos políticos tão curtos. “Cada um quer colocar sua marca pessoal e as transformações vão acontecendo ao longo dos anos. É um projeto que se tornará realidade a partir de 2020 e, até lá, acontecerão muitas mudanças. Só podemos falar sobre hipóteses”.
O que vai mudar
A presidente Dilma apenas informou os valores. O metrô receberá da União R$ 4,56 bilhões, sendo R$ 1,8 bilhão de investimento e R$ 1,4 bilhão de financiamento. A Linha Verde e o novo anel para o Inter 2, ficarão com R$ 408 milhões e R$ 87 milhões para os biarticulados.
Metrô
O metrô de Curitiba será implantado no trecho entre os bairros CIC e Cabral, atendendo o eixo sul-norte da cidade. Estão previstas 14 estações na primeira fase. Para a segunda fase, o projeto é fazer o metrô chegar até o bairro Santa Cândida, com a inclusão de mais duas estações. A extensão do caminho do modal será de 17,6 quilômetros com capacidade de até 616 mil passageiros por dia.
Linha Verde
A obra de 22 quilômetros de extensão vai unificar a cidade, ligando o trevo do Contorno Sul ao Atuba. Hoje existem 5 estações e 9,2 quilômetros de canaletas implantadas, que vão do Pinheirinho ao Jardim Botânico, além das construções para aumentar mais 3,6 quilômetros. Ao final, a Linha Verde terá 22 quilômetros de canaletas exclusivas para os ônibus e 15 estações-tubo. Serão implantadas também duas novas linhas: o Ligeirão Atuba/CIC Sul e Atuba/Centro. A capacidade será de 90 mil passageiros por dia.
Biarticulado
O Expresso se tornou símbolo da capital com suas estações-tubo. Para melhorar, já foram criados os Ligeirões e, agora, serão readequados 27,7 quilômetros de canaletas exclusivas. Com isso, outras linhas de Ligeirão serão criadas. Novos terminais também serão construídos e os existentes serão reformados e ampliados. Os semáforos serão controlados para dar prioridade aos ônibus e as calçadas, travessias elevadas e guias rebaixadas serão melhoradas nos acessos às estações e terminais. Bicicletários de integração também serão incluídos no projeto e os ciclistas poderão se deslocar em vias laterais às canaletas.
Inter 2
O Inter 2 é a linha que recebe uma das maiores demandas de passageiros e, por isso, passará a circular por canaletas e faixas exclusivas. Ou seja, o objetivo é aumentar a velocidade e regularidade do ônibus. O itinerário do Inter 2 receberá binários e participará das reformas nos terminais. Estações-tubo serão relocadas e uma nova trincheira será construída. A linha paradora, Interbairros II, também receberá avanço, já que nos trechos coincidentes com os do Inter 2 terá mais fluidez no trânsito.
Para saber mais sobre os projetos acesse o site Curitiba Mobilidade.