qui 18 abr 2024
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Programas tutoriais promovem competições entre alunos de engenharia

Um dos bordões mais ouvidos dentro da UFPR e que se exemplifica na prática nos Programas de Educação Tutorial (PET) é: “O aluno é quem faz a faculdade”. O PET é um programa subsidiado pelo Ministério de Educação e Cultura (MEC) e pela Secretaria de Ensino Superior (Sesu), que encontra a força motriz no alunos.

A ideia do programa é juntar um grupo de estudantes para melhorar a graduação dos cursos. As gestões do PET – caracterizadas por uma alta rotatividade – se encarregam de trazer palestras, promover debates, realizar e participar de competições, buscando ampliar a visão do aluno para além da ementa da graduação. O PET atua na tríade da universidade: ensino, pesquisa e extensão.

Gabriela Domingues e Kemmelly de Matos, estudantes de Engenharia Civil, são parte atual do PET. As duas entraram no programa pela vontade de fazer algo além da graduação e aproveitar a faculdade. Suas expectativas em relação ao programa foram cumpridas, mas existem algumas frustrações. “A gente tenta melhorar a graduação, mas estamos vendo que a maioria dos alunos não prioriza isso”, comenta Gabriela. Além disso, os pequenos atritos internos, comuns a todo grupo de trabalho, e a rotina puxada, estabelecem uma relação de amor e ódio dos alunos com o programa.

No entanto, elas consentem sobre o crescimento acadêmico e humano que o PET proporciona. Para Gabriela, o programa lhe parecia somente mais um “projetinho” de faculdade, mas, ao ingressar na gestão, percebeu como é possível crescer lá dentro. “O quanto a gente tem que lidar com os problemas acrescenta muito na minha formação de engenheira, o saber lidar com as pessoas e tirar tudo de bom que elas têm, é uma experiência de vida”, destaca. Kemmelly completa: “O maior crescimento dentro do PET é essa parte humana, porque você busca a importância em cada pequena tarefa que faz”.

Os projetos

O trabalho do grupo depende da organização de todos os participantes. A grade horária de cada um fica registrada num painel e a frequência é controlada pelo computador. Todos devem cumprir 20 horas semanais de atividades, mas, o momento do dia em que essas horas são cumpridas é bem flexível.

 

“Na verdade, o PET é bem metódico, tem que sistematizar tudo para dar certo”, destaca Gabriela Domingues, estudante de Engenharia Civil da UFPR e uma das integrantes do PET-Civil. Foto por Luiza Guimarães.

Dentro dessas 20 horas, a presença é obrigatória do meio-dia a uma da tarde, horário em que são realizadas reuniões para discutir o andamento dos projetos. Eles podem ser abertos a toda a graduação ou exclusivos para a gestão do PET – Civil, mas todos buscam a melhoria na formação acadêmica e profissional dos estudantes.

Os projetos internos servem, em grande parte, para levantar o espírito de equipe do grupo. Para esse ano, estão sendo planejados uma visita à ponte Rio-Niterói e o treinamento do tutor, atividade na qual o professor-tutor, Marcelo Henrique Farias de Medeiros, dá uma pequena palestra sobre algum assunto em pauta, como fibras de carbono, metodologia científica, etc.

Está sendo preparada também outra novidade. Um dos projetos internos, o PET em Campo, será aberto para toda a graduação. Ele funciona da seguinte maneira: os membros do PET entram em contato com algum profissional bem sucedido e os participantes, divididos em duplas ou trios, passam um dia junto cpm ele, conhecendo sua rotina e aprendendo como é o trabalho real de um engenheiro civil. Após a visita, os pequenos grupos apresentam a toda equipe o que foi aprendido com a experiência.

Conversando com outros PETs

A relação entre o PET – Civil com os outros 21 PETs acontece, na maioria das vezes, durante os eventos programados ao longo do ano. A ideia é levar propostas de melhoria do programa e compartilhá-las com os demais, conversando sobre os projetos que realizam. Uma daspropostas realizados pelo PET – Civil, o English Day – dia em que todos os membros devem conversar apenas em inglês – foi originalmente ideia do programa de Engenharia Elétrica.

Processo Seletivo

Tido pelos integrantes como um dos projetos internos mais importantes, o processo seletivo envolve uma maior proximidade da equipe. Fator esse essencial em um programa de alta rotatividade como o PET. Ao contrário da maioria dos programas universitários, o processo seletivo do PET dura 3 semanas, sendo que, em um dos sábado, os candidatos devem comparecer para a entrevista. “É um programa puxado, se a gente faz um processo seletivo de dois dias a pessoa acha que consegue aguentar”, diz Kemmelly.

A organização e o espírito de esquipe são as chaves para o sucesso do programa. Foto por Luiza Guimarães.

No decorrer dessas três semanas são planejadas atividades do meio-dia a uma da tarde. Algumas são dinâmicas em grupo, outras individuais, mas todas buscam testar o espírito de equipe e o senso crítico do candidato.

No fim do processo, os membros da gestão atual se reúnem para decidir quem irá entrar para o programa. Como a decisão deve ser em consenso, as reuniões chegam a durar quatro horas.

Saiba mais sobre o PET-Civil UFPR

O PET – Civil está localizado no primeiro andar prédio do CESEC, no Centro Politécnico da UFPR. É possível entrar em contato pelo blog ou pela página do Facebook. Além das plataformas online, o projeto possui o jornal impresso “A ponte”, que divulga as atividades do grupo, bem como assuntos de interesse da graduação de Engenharia Civil.

Blog: petcivil.blogspot.com

Facebook: facebook.com/petcivil

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