Produzido pelo coletivo de teatro negro O Bonde, o espetáculo “Bom Dia, Eternidade” faz sua segunda e última apresentação no Teatro da Reitoria nesta segunda-feira, dia 31. A obra faz parte da Mostra Lucia Camargo do 33º Festival de Curitiba e, além do dia 31, também fez uma apresentação no dia 30, ambas com os ingressos esgotados antecipadamente.
O espetáculo acompanha a história de quatro irmãos idosos que, após 60 anos, recebem a restituição do terreno do qual foram despejados quando ainda eram crianças. Eles se reúnem no quintal da antiga casa, e, entre um bom café e um velho samba, a peça entrelaça passado e presente, fazendo o público refletir sobre a passagem do tempo e o direito de envelhecer. Fazendo um mosaico de histórias ficcionais e histórias reais, baseadas em experiências do próprio elenco, a peça faz uma abordagem sensível, que é marcada pelo afeto e pelo aspecto musical da mesma.
“Bom dia, Eternidade” faz parte de um projeto maior do coletivo, chamado “Trilogia da Morte”, que em três peças com linguagens diferentes reflete sobre as quase mortes do corpo negro em três fases diferentes da vida – a infância, a vida adulta e a velhice. Johnny Salaberg, dramaturgo do espetáculo, ressalta a importância da peça e da trilogia como um todo. “É importante que a gente coloque uma pluralidade dentro do teatro negro. Criar teatros negros, com diversas linguagens. A negritude também tem esse pertencimento da subjetividade.”