Quem deseja receber apoio do Fundo Municipal de Cultura – um incentivo de apoio financeiro para diversas áreas artísticas como música, dança e artes visuais – pode participar das Oficinas de Formatação de Projetos oferecidas pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC). O curso, oferecido desde 2010, estimula e dá aos participantes suporte técnico para inscrever projetos no Fundo. A última edição aconteceu no sábado (25), na sede da FCC.
O orientador do curso, José Augusto Gemba Rando, conta que já foi avaliador de projetos alguns anos atrás. Foi daí que surgiu a ideia de explicar aos participantes como desenvolver materiais técnicos para que os projetos sejam bem avaliados, ou seja, para que os documentos, explicações e inscrições acompanhem a qualidade criativa. “Nas avaliações, percebíamos que muitos dos materiais recebidos tinham alma, mas não tinham qualidade técnica, formal. Os artistas tem que perceber que a parte teórica de um projeto é muito importante, principalmente para a compreensão dos jurados”, diz Rando.
O público que frequenta as aulas é, normalmente, formado por produtores iniciantes. Mesmo assim, alguns artistas com experiência no mercado dizem encontrar dificuldades na construção de projetos. Por isso, afirmam que o networking formado com principiantes é uma das grandes vantagens do curso.
A coordenadora da Escola da Cultura de São José dos Pinhais, Mauren Pinho, explica que exercícios como esse são importantes para a profissão. “São interessantes para dar segurança na hora de fazer um projeto, tirar aquele trauma que a gente tem quando procura editais, por exemplo”, comenta Mauren. A coordenadora também conta que o município está sendo conveniado com o sistema nacional de cultura do governo federal, que apoia as manifestações artísticas no país. “A Escola da Cultura está formatando novos cursos e ideias de projetos, então vamos ter um direcionamento melhor para desenvolver melhor nossos planos”, completa.
Em sala de aula
A oficina se divide em dois momentos: pela manhã, acontece uma explicação teórica sobre a elaboração dos documentos. Depois do almoço os alunos aprendem a parte prática e desenvolvem um projeto experimental. “A primeira parte é para desenvolver bem a parte técnica, ter uma base melhor, entender cada item de execução. De tarde tem mais liberdade, começamos um projeto do zero, em grupo”, explica Rando. Segundo ele, o objetivo é fazer os alunos cooperarem entre si. “É comum que os artistas trabalhem muito solitários, então a proposta é o trabalho em grupo, desenvolvendo ideias maiores”,afirma.
O orientador ressalta, ainda, a importância de a ideia apresentada ser relacionada com a necessidade prática. “Boa parte dos projetos se propõe a algo que não tem solução. Precisamos antes entender qual o problema, para depois encontrar uma resolução. Não adianta simplesmente colocar um sinaleiro, é preciso encontrar o verdadeiro problema da rua para poder resolvê-lo”, exemplifica.
O estudante de cinema Leonardo de Campos Lima trabalha com edição de vídeos e acha importante ter uma formação para melhorar a qualidade das produções. “Fazer a oficina na FCC é como vir direto na fonte, principalmente porque as duas áreas [cinema e história] trabalham muito com as leis de incentivo do governo federal”, diz o estudante.
Resultados
A Fundação Cultural já percebe os resultados da oficina. Segundo Rando, o curso foi bem avaliado pelo público e, aos poucos, o material recebido tem apresentado maior qualificação técnica. “Não temos mensuração exata, mas ano passado aproximadamente 400 pessoas passaram pelo curso e, depois, conseguimos reconhecer entre 15 a 20 proponentes nos editais da Fundação”, conta.
Serviço:
Mais informações sobre o curso no site.