Em janeiro de 2019, das cerca de 38 mil pessoas privadas de liberdade no Paraná, ao menos 1.372 eram mulheres — somando mais de 42 mil em todo o Brasil. Outros dados são mais conhecidos: a maior parte da população carcerária é composta por pessoas jovens, negras e sem julgamento definitivo.
Interessada pelo efeito da privação de liberdade na vida de mulheres, Raisa Toledo Baptista, orientada por Valquíria Michela John, produziu o livro-reportagem “Levante — A vida pós-cárcere de mulheres no Paraná” (2019). A história de três ex-detentas conduz a imersão: Renata, Gracy Kelly e Veridiane têm em comum a associação ao tráfico de drogas e os desafios após o período de confinamento.
“O que mais me marcou foi constatar a que ponto a negligência do Estado com as pessoas encarceradas marca suas vidas para além do que se imagina à primeira vista. Também foi muito importante no sentido de não enxergar a privação de liberdade delas como um resumo de suas vidas, o que pode acontecer mesmo involuntariamente”, pontua a jornalista.
Além do encarceramento, a pesquisa para o livro envolveu a busca por dados e a análise da questão pelo viés de gênero e dos Direitos Humanos. “Levante” pode ser acessado na íntegra aqui.