Depois de anos de glórias, o torcedor paranista precisou se acostumar com uma nova realidade, a de um clube sem calendário nacional. Em 2025 o Paraná foi novamente rebaixado para a segunda divisão paranaense, isso significa que o clube não disputará a Série D pelo menos até 2028.
A torcida paranista tem vivido os piores anos do clube na sua história, da conquista do acesso a Série A em 2017 a eliminação na Série D em 2022, uma crise que no início dos anos 2000 era impensável. Em 2024 os torcedores puderam dar um respiro, o Paraná retornou a elite do campeonato paranaense com uma das melhores médias de público do Brasil. Mas em 2025, na primeira divisão, o clube não conseguiu manter o ritmo e foi rebaixado como lanterna. Diante de um cenário ruim, é difícil imaginar como a torcida mantém o vínculo com um time que disputa apenas o estadual durante o ano.
O estado do Paraná possuí três vagas para a Série D, sendo elas distribuídas através do campeonato paranaense. Como o estado possuí diversos clubes que disputam as três primeiras divisões do futebol nacional (Athletico, Coritiba, Operário, Londrina e Maringá), um clube sem divisão nacional precisa terminar a primeira fase do campeonato entre os oito primeiros classificados.
O colecionador e torcedor do Paraná desde criança, Willian Sanfelice Bohlen, conhecido como Will no meio paranista, comentou sobre o amor pelo clube e sua situação atual “O Paraná Clube nasceu rico de dinheiro, patrimônio e torcida. Os dirigentes não souberam administrar o clube e nunca pensaram no futuro”.
Fanático pelo Paraná, Will possuí uma coleção com mais de 800 camisas do clube, o que ajudou a manter o amor nesses tempos sombrios “A torcida sente muita falta do clube e parte dela começou a frequentar mais jogos de outras modalidades, principalmente o futsal, mas devido a outra péssima campanha que novamente nos rebaixou do estadual, senti uma queda no apelo por essas modalidades também. Sinto que o clube deve muito ao seu torcedor”.
A assessoria do clube, em contato com nossa equipe, disse que os planos para a aproximação com o torcedor passam pela aquisição da SAF (Sociedade anônima do futebol) do Paraná “assim que a SAF caminhar, o primeiro passo é recuperar a confiança do torcedor com trabalho sério, estruturação completa e, principalmente, resultados esportivos”.
Apesar de todos os problemas enfrentados a torcida mantém a esperança de dias melhores. Tem crescido as notícias sobre a aquisição da SAF do Paraná, o que pode ser o caminho do retorno aos tempos de glória. Para Will, é a única salvação “O clube hoje não se sustenta sozinho. Precisamos de uma SAF que entenda de gestão e que seja profissional para levar o Paraná Clube ao que já foi no cenário nacional”. Segundo a assessoria, o torcedor pode esperar boas notícias “depende de uma série de situações burocráticas e documentais, mas a tendência é avançarmos ainda nesse ano”.
Vale lembrar que a SAF não é garantia de um clube ser bem-sucedido. No Brasil tivemos diversos exemplos de clubes que se tornaram SAF e se deram bem como Bahia e Botafogo, mas o contrário também ocorreu, como o caso do Vasco da Gama. Do mesmo modo temos casos de clubes que seguem no modo de associação civil, estrutura com a presença de um presidente e eleições diretas, e conseguem se manter relevantes no cenário nacional, como Flamengo e Palmeiras. Tudo depende de como a venda integral e de parte do clube é feita e se o grupo interessado vai conseguir botar em prática um projeto esportivo sólido.




