Tipo de mercado
A impossibilidade de haver um congelamento de preços, ou seja, tabelamento pelo governo é resquício da construção do mercado brasileiro, afirma o professor de economia. Segundo ele, em um mercado livre como esse, o ato de tabelar preços poderia causar desequilíbrio. “Sempre que o governo procurou congelar preços, teve problema. Se os produtos forem tabelados baixos, haverá falta de produto no mercado, porque as indústrias não se dispõem a fazer produtos por valores assim”, afirma Curado.
Setor Hoteleiro e Aviação
A expectativa do governo é que a Copa atraia 600 mil turistas estrangeiros e que três milhões de brasileiros circulem pelo país, o que vai afetar o preço tanto de passagens aéreas como de hotéis. Para o setor hoteleiro, as reuniões com o governo não foram tão proveitosas, já que o preço da hospedagem ficou determinado pela Federação Internacional de Futebol. A FIFA está há mais de dois anos assinando contrato com hotéis, e firmando preços para a venda de pacotes que reúnem, geralmente, ingresso para algum jogo da competição, hospedagem, e transporte. As hospedarias que ficarem de fora poderão estabelecer preços próprios, mas, segundo a Associação Hoteleira Nacional, esses são poucos.
Mesmo com o estabelecimento de preços pela FIFA, uma pesquisa realizada pela TripAdvisor revelou a diferença de preços das diárias de hotéis entre os dias de jogos e dias normais nas cidades-sede. O professor Curado alerta que para se proteger dessas variações a melhor opção é a pesquisa de preços.
Defesa do consumidor
A população também se preocupa com o aumento nos preços de supermercados, panificadoras e outros serviços do cotidiano. Para o professor de economia Marcelo Curado, esses produtos e serviços não têm tendência em aumentar. Ainda, ele afirma que se o consumidor sentir abusos nas tarifas deve usar sua força no mercado: não consumindo os artigos. “Para se proteger o consumidor pode não comprar durante a copa e, em casos de abuso, entrar em contato com o Procon”, aponta.
Cila Santos, advogada do Procon, afirma que o órgão de proteção ao consumidor estabeleceu comissões que investigam os preços cobrados antes e durante a Copa. Segundo ela, se o consumidor sentir uma variação de preço muito alta de um dia para outro, deve contatar o órgão. “Por exemplo, se um preço varia de 100 reais para 500 reais, o fornecedor deve justificar o aumento, sem alterá-lo unilateralmente”, explica.
Taxação sobre bebidas frias
O aumento de até 2,25% nos tributos sobre bebidas frias foi anunciado pelo Governo Federal no final de abril. Publicada no Diário Oficial da União, a nova alta entra em vigor em 1º de junho e a expectativa é que o aumento dos preços ao consumidor, quando chegar, seja de 1,3%.
Na contramão, a Companhia de Bebidas das Américas (AmBev) anunciou, no final de 2013, que congelaria os preços de seus produtos na época da Copa. Segundo a assessoria da AmBev, mesmo não tendo como controlar o preço final, a maior parte dos estabelecimentos, cerca cinco mil deles, aderiu à campanha – que também ocorreu durante o verão. Segundo o professor, trata-se de uma estratégia de marketing. Ele explica que isso não afeta o comércio dentro dos estádios, já que é a FIFA quem determina os preços dos alimentos e bebidas dentro dos estádios. O valor desses produtos não foi anunciado pela Federação.