Até uma semana atrás, havia quem dissesse que Curitiba nem parecia ser uma das 12 cidades sedes da Copa do Mundo. A falta de empolgação, apesar de assustadora, pareceu se dissipar com o centro da folia, em Curitiba, a chamada Fan Fest, na recém reinaugurada Pedreira Paulo Leminski.

(Foto: Divulgação Prefeitura de Curitiba)
O clima que precede os jogos da seleção já é ser sentido por lá. Pinturas decorativas, bandeiras penduradas e cartazes de apoio aos jogadores brasileiros são vistos nas casas, enquanto os moradores desfilam com as camisas verdes e amarelas. E claro, vuvuzelas e foguetes não faltam. Pedro Pereira conta que gosta de passear de bicicleta pela região soprando apitos e berrantes, “para lembrar que começa amanhã”.
Pedro não está sozinho nessa expectativa. De hora em hora, ouve-se um estouro e sabe-se que é alguém fazendo a contagem regressiva para o primeiro jogo, às 17 horas de quinta-feira, 12. Para o jogo Brasil x Croácia, estima-se que cerca de 15 mil pessoas passem pela pedreira. O cantor Dudu Nobre será a atração principal com show gratuito para quem acompanhar o jogo pelos telões do local.
Mini Fan Fest
Os moradores dos bairros Abranches e Pilarzinho começaram a se preparar para receber os turistas e torcedores muito antes da estrutura ser montada no parque das pedras. Silmara Iglesias, por exemplo, é figurinha carimbada na imprensa paranaense e nacional. Ela, que mora a 900 metros da Fan Fest, decora a rua da casa em todo mundial desde 1994, sempre a espera de uma edição no país. Agora, com o sonho realizado, Silmara promete que esta será a melhor copa de todas: “Independente de patrocínio para decoração, independente do tamanho do telão, eu quero todo mundo torcendo comigo e vibrando a cada gol da nossa seleção”.
A moradora conta que a expectativa é que cerca de 500 vizinhos e amigos se reúnam na rua para assistirem juntos os jogos do Brasil. “É uma tradição torcermos todos unidos aqui em casa”, explica. Silmara Iglesias garante que se a Fan Fest não bombar, a festa por lá não vai acabar cedo e que tem espaço para todo mundo.
Herança Africana
O maior legado da Copa do Mundo da África do Sul é, sem dúvidas, a vuvuzela. O Brasil até tentou criar um instrumento musical para a torcida – a caxirola -, mas o que mais se ouve nas ruas ainda é o barulhento instrumento africano. Para Felipe Gonçalves, apitos e bombinhas já perderam a preferência entre os torcedores. “Aqui só não compramos foguetes, mas a vuvuzela não vai faltar”, conta. Charles Ramos mora nas proximidades da Pedreira e conta que, há mais de uma semana, o som da corneta disputa com o dos carros na rua. “Fomos comprá-las para comemorar quando saísse algum gol, aproveitamos e pegamos uma até para o nosso amigo de Santa Catarina que vem assistir aos jogos conosco”, explica Charles.