Uma pessoa adulta inspira cerca de 10 mil litros de ar por dia. Em geral, não é possível corrigir a composição do ar que se respira e, por isso, ele deve ser consumido exatamente como existe na natureza. Mas, por sorte, pesquisas do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) revelam que o ar de Curitiba encontra-se sempre na categoria bom ou regular – causando danos somente em pessoas com hipersensibilidade. No mês de maio apenas cinco dias foram catalogados como regular, na estação Ouvidor Pardinho, no restante dos dias o ar foi considerado bom. ‘O ar de Curitiba é muito melhor do que o de São Paulo’, essa opinião é unânime entre os especialistas.
O IAP realiza o monitoramento da qualidade do ar desde a década 80. Hoje, conta com doze estações de amostragem do ar, das quais sete são automáticas. As estações analisam o ar de 30 em 30 segundos e enviam relatórios para a central do Instituto. Quatro pontos de analise estão localizados em Curitiba (Cidade Industrial, Santa Cândida, Boqueirão e Praça Ouvidor Pardinho) e os outros ficam na região metropolitana. Então, é feita a análise da qualidade do ar e relatórios dos resultados. “Caso seja detectada alguma anormalidade significante o IAP entra em contato com o órgão capaz de resolver o problema”, explica o Técnico de Meio Ambiente, João Carlos de Oliveira.
Apesar da crescente frota de veículos rodando pelas ruas de Curitiba, a qualidade do ar tem melhorado paulatinamente desde o início do monitoramento. Segundo o Mestre em Qualidade do Ar Guilherme Esquivel, a principal causa dessa melhora é a evolução do combustível, “A quantidade de dióxido de enxofre no ar diminuiu muito desde 1986, isso graças às leis que regularizaram o combustível de automóveis e ônibus.”, afirma. E, outro fator amenizável é no Brasil se usar mais o Diesel, combustível menos poluente que a gasolina comum.
Também foram criadas novas leis para monitorar a emissão de gases poluentes das caldeiras de fábricas. Agora, as empresas devem fazer o monitoramento por conta própria e enviá-los ao Controle Ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente do Paraná (SMMA). “Com a nova lei, podemos monitorar as empresas com mais frequência do que antes, quando os monitores visitavam uma por uma”, explica Esquivel. O Mestre em Qualidade do Ar não tem dúvidas de que as fábricas poluem o ar, porém com menor intensidade se comparada aos automóveis: “Eles são os principais vilões”, ressalta.
Além disso, Esquivel acredita ser muito complicado estimar como estará o ar nos próximos dez anos, devido ao avanço tecnológico imprevisível. “A tecnologia de combustíveis e carros está mudando muito rápido, e a qualidade do ar depende diretamente disso”, comenta.
Dentro da UFPR
A UFPR realiza, em parceria com universidades do exterior, o Projeto Lab Air, um laboratório da UFPR no qual existem vários projetos que realizam diversos estudos com relação à qualidade do ar. Uma das iniciativas, realizada em Curitiba até julho de 2012, analisava amostragens de partículas no ar. Elas eram feitas diariamente. Foi registrado um pico de concentração em 2008 e outro em 2010. Mas, segundo a mestranda em Ciências Materiais Gabriela Polezer, uma das integrantes do projeto, as variações são naturais. “Quando se trata de partículas devemos lembrar que a quantidade de chuva, umidade do ar, vento e fumaça vão influenciar o resultado”, explica.
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Quer saber mais sobre o ar que você respira? Acesso os relatórios de qualidade do ar de Curitiba, pelo site do IAP: http://www.iap.pr.gov.br/.