No terceiro dia da 20ª Jornada de Agroecologia (24 de novembro), aconteceu uma conferência que discutiu sobre a Cooperação para Construção da Economia Popular Solidária e Geração de Renda. A discussão começou às 9 horas da manhã e durou até 12:30, debatendo sobre a importância e os desafios para o fortalecimento desse modelo econômico no Brasil. A medição ficou por conta de Angela Padilha, integrante do Centro de Formação Urbano Rural Irmã Araújo (Cefuria), com a participação de Vanda de Assis, militante do Cefuria, e Armelindo Rosa da Maia, Beá, representante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Além disso, o encontro contou com a presença de outros convidados para contarem suas experiências com o modelo, como é o caso de Sandra Rodrigues e Alice Audibert, integrantes do Atlas da Agroecologia, região metropolitana de Porto Alegre, e Rayane Costa, representante da Rede Mandala.
A economia solidária se opõe ao capitalismo por ser uma forma coletiva dos meios de produção, valorizando o ser humano, trabalho, o bem viver, solidariedade e sustentabilidade. De acordo com Vanda de Assis, a economia solidária é uma virada de chave, com um trabalho que une e gera renda, ao invés de um trabalho que explora o ser humano.
Entre os desafios coletivos discutidos por Vanda que a economia solidária enfrenta estão: se fortalecer enquanto movimento, incentivo governamental, incentivo da população em criar um trabalho coletivo, formação digital, ou seja, crescer conforme as tecnologias, a divisão de trabalho da mulher e do homem e fortalecer o intercâmbio entre campo e cidade.
Para Armelindo Rosa de Maia, “só podemos avançar se aprendermos a cooperar”, para isso o principal objetivo é alcançar novos públicos e denunciar o agronegócio, o inimigo incomum, e divulgar a proposta da cooperação, tudo para que o debate da economia solidária se fortaleça. Com isso, organizam-se 4 eixos que estão em desenvolvimento, uma delas é o financiamento de projetos e o plantio de árvores.
Sandra Rodrigues e Alice Audibert, relataram suas experiências com a economia solidária, entre outros relatos que participaram parte da mesa, as integrantes do Atlas da Agroecologia, participantes do MST, lutam pela reforma agrária popular e agroecologia. O propósito do projeto é viabilizar e fortalecer o trabalho das famílias camponesas na agroecologia, auxiliando no contato entre consumidores e produtores. A Atlas produz o arroz ecológico e as hortas e frutas ecológicas, na região metropolitana de Porto Alegre, utilizando a economia solidária.
Na safra de 2022/2023 cerca de 2900 toneladas de alimentos frescos foram produzidos pelos produtores, além disso, realizam compostagem dos resíduos orgânicos, educação ambiental e turismo rural. Enfatizando a relevância desse projeto para as famílias e jovens que participam, é uma cooperação do campo e da cidade, segundo Sandra Rodrigues.
A Jornada de Agroecologia está desde em 1980 promovendo a luta pela terra, defesa da agricultura e estabelecendo um diálogo entre os movimentos sociais e o campo no Paraná. Na 20ª edição contou com uma programação para todos os dias do evento, que ocorreu do dia 22 a 26 de novembro, debatendo temáticas e oferecendo um ambiente de entretenimento.
Confira a reportagem de telejornal sobre a conferência:
Reportagem de telejornal produzido por: Flavia Keretch, Nayara Almeida e Pietra Hara.