No primeiro jogo das semifinais, a Argentina venceu a Croácia por 3 a 0 nesta terça feira (13), e se tornou a primeira finalista da Copa do Mundo 2022. Em um show que trouxe um gosto agridoce para os torcedores brasileiros, Lionel Messi foi crucial para classificar a albiceleste e mandar os europeus para a disputa do terceiro lugar, numa vingança perfeita por 2018, quando os croatas venceram pelo mesmo placar. A derrota veio logo em seguida a divulgação de vídeos em que membros da delegação croata aparecem cantando músicas que faziam apologia ao nazismo.
A partida
O começo do primeiro tempo pode ter dado a impressão que a partida seguiria da mesma maneira que vinha beneficiando a Croácia até então: um jogo morno, sem muita ação e que não parecia que teria até o fim. Essa sensação, porém, durou pouco. Aos 33 minutos, em uma chegada perigosa de Julián Álvarez, foi marcado pênalti para a Argentina, que Lionel Messi não desperdiçou. Numa das cobranças mais bonitas desta Copa, Leo não deu chance para o goleiro Livaković e abriu o placar para os hermanos.
Cinco minutos depois, Julián Álvarez disparou do meio de campo, dividiu com dois zagueiros e praticamente atropelou o goleiro para fazer o segundo gol da Argentina. Ao fim do primeiro tempo, estava claro que a Croácia estava completamente dominada, bem diferente da que eliminou o Brasil na última sexta-feira (9).
Na segunda metade do jogo, a Croácia fez três alterações em menos de cinco minutos, colocando um time mais ofensivo para buscar o empate, mas o tiro saiu pela culatra. Com uma defesa mais aberta, Messi se infiltrou sem dificuldades pelo lado direito e fez uma assistência primorosa para Álvarez fechar o placar no Lusail.
Messi imparável
Além de conquistar pela décima vez o prêmio de Jogador da Partida, Lionel Messi marcou seu décimo gol em Copas e encostou na marca de Pelé, com 11. O ídolo argentino também igualou a marca de Lothar Matthaus de mais jogos na competição, e provavelmente a superará entrando em campo na final, chegando a 26 partidas.
Mas enquanto os argentinos comemoram uma das mãos na taça, a seleção croata está com problemas que não se resumem a sua fraca atuação na partida.
Vergonha também fora de campo
Em um vídeo publicado na última segunda-feira (12), membros da delegação croata comemoram a classificação para a semifinal da Copa do Mundo com uma música da banda Thompson, com forte ligação com movimentos neonazistas e associada a crimes durante a Segunda Guerra Mundial e a guerra da Bósnia.
O nome da canção, “Za dom spremni” (Pronto para o lar/terra) era o lema da Ustaše, força paramilitar nazista da Croácia, que controlou o país como um Estado fantoche da Alemanha Nazista. A expressão equivale ao “Sieg heil” alemão ou o “Anauê” dos integralistas brasileiros.
O autor da música, Marko Perković, conhecido como Thompson, já respondeu a diversos processos por suas músicas que exaltam o período da Herceg-Bosna, quando a Croácia ocupou parte do território da Bósnia-Herzegovina nos anos 1990. Durante este período houve grande perseguição a etnias como sérvios, bósnios, ciganos e judeus, inclusive com campos de concentração, a fim de criar uma “Grande Croácia”.
E esta não é a primeira polêmica deste cunho que a seleção croata se envolve. Na copa de 2018, o jogador Dejan Lovren publicou um vídeo dele e de outros jogadores cantando a música “Bojna Cavoglave” que exalta a ajuda croata aos fascistas na Segunda Guerra.