Educadores da rede pública de ensino se reuniram na tarde da última terça-feira, 3, em protesto contra uma série de atrasos do Governo do Estado. O ato, que começou em frente à Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa), no Centro de Curitiba, às 16 horas, seguiu pela Avenida Vicente Machado até a Boca Maldita.
Entre as reivindicações estão o pagamento do salário correspondente ao mês de dezembro, décimo terceiro salário e férias. Na semana passada, o governo anunciou que não quitaria férias e rescisão de contratados temporários pelo Processo Seletivo Simplificado. Os contratados pelo PSS são 29 mil de um total de 70 mil professores. “Eu não recebi meu décimo terceiro. Nossos colegas temporários não receberam a rescisão e não tiveram contrato renovado”, afirma Suely Aparecida Lima, professora do estado desde 2009.
Além da demissão de funcionários e a falta de pagamento dos salários, os professores reclamam da falta de estrutura e da falta de verba até mesmo para produtos básicos de higiene. “Tem bastante deficiência com itens básicos. O número de alunos por turma também aumentou. A minha turma, por exemplo, tem mais de 35 crianças”, conta Vera Schiochet, professora de uma escola estadual da Região Metropolitana de Curitiba.
Greve
Uma assembleia marcada para o próximo sábado, 7, em Guarapuava, deve deflagrar greve antes mesmo do início do ano letivo, que se inicia no dia 9 de fevereiro. “O Governo fala em crise, mas a receita não caiu. Nós não temos outra alternativa a não ser fazer muita luta”, afirma a Diretora Estadual do Sindicato dos Professores em Educação Pública do Paraná (APP Sindicato), Marlei Fernandes. “A culpa dessa crise é da má gestão desse Governo”, completa.
Após os protestos, o governador Beto Richa (PSDB) anunciou a contratação de 10 mil professores por PSS. A Secretaria de Estado da Educação (Seed) foi procurada pela reportagem, mas ainda não foi obtida nenhuma resposta.
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