Usando um conjunto dourado, longos cachos loiros e gritando frases em português, como “Boa noite Brasil” e “Solta o som, DJ”, Yara Sofia levou os fãs à loucura no último domingo (12), quando se apresentou no Music Hall, casa de shows localizada no centro de Curitiba. A drag queen porto-riquenha ficou popular em 2011, quando participou da terceira temporada do reality show RuPaul’s Drag Race. No ano seguinte, Yara retornou à televisão como uma das 12 participantes do RuPaul’s All Star Drag Race, uma edição especial do programa que reuniu as drags mais marcantes das temporadas anteriores para competirem entre si.
A passagem de Yara Sofia pela capital paranaense fez parte da Don’t F*ck it Up, festa inspirada no reality show de RuPaul que promete trazer várias estrelas do programa para performarem em Curitiba e promover encontros entre as drags e seus fãs.
A participação de artista no evento teve direito ao bordão Echa Pa’lante – algo como siga em frente, em português, e a participação de alguns integrantes da plateia em uma reprodução da competição Lip Sync for your Life – duble por sua vida, em tradução livre – prova do programa em que as participantes devem dublar e interpretar sucessos da música internacional para permanecerem na corrida.
Enquanto se preparava para entrar no palco e iniciar sua performance, Yara Sofia conversou com o Comunicação sobre sua carreira e sua passagem pelo Brasil. Celebridade reconhecida mundialmente pela arte drag, ela contribui com a sua perspectiva para a segunda matéria da série sobre cultura drag desenvolvida pelo jornal:
Você está em Curitiba só para a festa? O que está achando da cidade, da energia, das pessoas?
Eu amo o Brasil [em português], amo os fãs daqui. Não tive muito tempo para conhecer a cidade, mas me apresentei em São Paulo e Recife na semana passada e adoro a energia dos brasileiros, o amor de vocês é uma coisa muito poderosa.
Em sua opinião, qual é a importância de festas como esta para a disseminação da cultura drag?
É legal porque podemos ter um contato maior com os fãs e, baby, eu amo meus fãs. Eles sempre me param depois dos shows para perguntar coisas e dizer o quanto eu os inspiro, a sensação é ótima. E ver uma drag ao vivo significa entender melhor a performance, a dimensão e a importância do trabalho dela porque a experiência é muito diferente, isso é sensacional.
Como participar do Ru Paul’s Drag Race mudou sua vida?
Tudo mudou muito. Agora tenho várias viagens marcadas, estou sempre indo de um lado para o outro desde que participei do programa pela primeira vez. É uma loucura, mas amo essa oportunidade de passar por tantos lugares diferentes e conhecer tanta gente que me trata de um jeito tão especial durante as turnês.
Quais são seus planos para o futuro, profissionalmente falando?
Ah, nós temos muitas apresentações programadas até o final do ano. Vamos continuar em turnê, passando por vários bares e boates no México e nos Estados Unidos, principalmente em Los Angeles. Alguns DJs têm feito convites para produzirmos músicas também. Estamos com a agenda bem cheia. Espero que continue assim por um bom tempo, porque adoro todas essas viagens.
Para conferir a primeira reportagem da série sobre a cultura drag clique aqui.