Foi realizada, às 18h dessa segunda-feira (24), uma audiência pública referente ao projeto Arena Olímpica do Paraná. A sessão aconteceu no auditório da Secretaria de Estado do Esporte (SEES) e durou cerca de 2 horas e meia. A audiência contou com dois momentos: a demonstração do planejamento inicial do projeto, feito pela Grade-Arquitetura, e a abertura para perguntas do público geral presente no local. 

O projeto, que está sendo feito através do Programa de Parcerias do Paraná (PAR), junto da de Secretaria de Estado do Esporte e a Secretaria de Estado do Planejamento do Paraná, consiste na construção de dois complexos poliesportivos: um no São Lourenço, com foco em esportes aquáticos, e outro no Capão da Imbuia. A ideia é construir espaços que possam receber competições a nível nacional e internacional. O projeto de ambos os complexos apresenta alto nível de estrutura e inovação tecnológica. 

Alexandre Cirino dos Santos, diretor da Grade, conduziu a apresentação do projeto durante a audiência. Foto: Vitor Beninni

Planejado para ter 36 mil metros quadrados, o Complexo São Lourenço foi descrito por Alexandre Cirino dos Santos, diretor da Grade-arquitetura, como uma “grande praça pública de esporte e lazer”. Ele deverá atender a 5 modalidades olímpicas (Natação, nado artístico, triathlon, polo aquático e águas abertas) e mais 12 modalidades paralímpicas e complementares. A principal construção do complexo será a Arena Internacional aquática do Paraná, planejada para receber competições de natação de nível nacional e internacional. Além da arena, as instalações planejadas para o Complexo São Lourenço são as seguintes:

  • Setor de comércios e serviços: lojas, escritórios, cafés e conveniências
  • Restaurantes e praça de alimentação
  • Hotel projetado para receber delegações, familiares e público geral
  • Piscina olímpica de treinamento
  • Estacionamento em 4 níveis
  • Ginásio de paradesportos
  • Quadras poliesportivas
Projeto do Complexo do São Lourenço. Foto: Secretaria de Estado do Planejamento do Paraná

Já o Complexo do Capão da Imbuia foi planejado em uma área de 27 mil metros quadrados e o atendimento de 6 modalidades olímpicas e 12 modalidades paralímpicas e complementares. A principal construção do complexo seria uma arena multiuso poliesportiva, projetada para receber competições de nível nacional e internacional de ginástica artística e rítmica, vôlei e lutas como judô, taekwondo e boxe. Além disso, o espaço contará com um espaço comunitário aberto para a população e quadras de lazer ao ar livre. 

Projeto do Complexo do Capão da Imbuia, que será construído integrado à Secretaria do esporte. Foto: Secretaria de Estado do Planejamento do Paraná

Custos e benefícios

A licitação será realizada no modelo de Parceria Público-Privada administrativa. Nesse modelo, a concessionária não fica responsável apenas pela construção, mas também pela operação do espaço público enquanto a concessão for válida. Ao fim da concessão, que nesse caso está prevista para durar 30 anos, todos os bens voltam para o estado.

No projeto atual, a construção do complexo no bairro do São Lourenço tem o custo estimado de R$235 milhões de reais, enquanto o complexo presente no Capão da Imbuia tem o custo estimado em R$124 milhões de reais. Além dos custos da construção, há uma previsão de reinvestimentos ao longo dos 30 anos de concessão, totalizando o custo da construção do projeto em 464 milhões de reais. O projeto ainda estima um gasto de cerca de R$38 milhões de reais por ano, as despesas operacionais e de manutenção.

Entre os benefícios esperados apresentados na audiência, destaca-se a esperança de tornar o Paraná em um potência olímpica do Brasil e das Américas. Segundo pesquisa apresentada pela Grade, o Paraná está entre os 5 estados brasileiros onde mais nascem atletas de alto rendimento no país. No entanto, devido a carência estrutural, esses atletas não ficam no estado e se mudam para outros estados, como São Paulo e Minas Gerais. A ideia é reverter o processo, transformando o Paraná em referência, como um local que atrai atletas de outros estados. 

Além disso, outros benefícios citados foram a atração de competições nacionais e internacionais para a cidade de Curitiba, a democratização do esporte de alto rendimento e o fomento do turismo e comércio na região. 

No cronograma apresentado, as obras se iniciam em novembro de 2026 e são concluídas no final de 2029.

Atualmente na fase de consulta pública, o cronograma prevê a entrega das obras em aproximadamente 4 anos. Foto: Vitor Beninni

Reportagem: Vitor Beninni | Edição: Gustavo Gomes | Orientação: Gabriel Bozza